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Quando o colete não fez efeito

Foto do escritor: Mariana LuzMariana Luz

Atualizado: 30 de jun. de 2019

Pois é meus amigos, o meu maior medo se concretizou.




Ta vendo essa cinturinha? Nunca foi motivo do meu orgulho. Ela só existia porque minha escoliose não melhorava.


Eu nunca fui pessimista. Mas em questão do colete, eu já esperava não dar certo. Sempre fui curiosa, e apesar de não ter muito acesso à internet naquela época, eu ia na casa da minha madrinha e usava a internet de lá, pesquisando sobre alguns poucos casos de escoliose que haviam relatos. Sobre todos os que li, nenhum deixou de passar pela cirurgia. Então eu ficava me perguntando por qual motivo eu estava me sacrificando tanto, mas sempre obedeci meus pais e por isso usava o colete como deveria.


Até que minha última consulta com o colete chegou, fiz a radiografia panorâmica, fazia a cada 6 meses, saia da sala e ia direto para o consultório médico. Pela cara do médico e como eu já esperava, já sabia que tinha algo errado. As duas curvas haviam aumentado. Estado de pânico no consultório. Eu não contive meu choro e minha mãe também não, o médico (nada comovido) só falava sobre como a cirurgia era, os riscos, que eu poderia sair em uma cadeira de rodas (sempre falava isso, me colocando em dúvida se ele queria ou não que eu operasse), pesquisando o número que eu estava na fila de cirurgia e mandando eu me preparar.

Eu era o número 1.144. Marcamos a volta para 6 meses depois e sentamos no pátio do hospital desoladas. Comprei um cartão de orelhão, e colegas eu ainda não tinha celular kkkk, e liguei para meu amigo, hoje meu noivo, para falar que não havia conseguido e precisaria operar. Ele tentou me confortar e falou que ia arrumar um jeito (depois soube que chorou quando desligou o telefone).

Alguns meses antes, meu pai havia conseguido fazer um plano de saúde para a família, o que era a minha ultima esperança.


"Então minha vida deu outra reviravolta. Meu pai perdeu o emprego, o plano de saúde, e eu me vi sem poder continuar meu tratamento."

Quando cheguei em Pádua, naquela noite, ele já estava na minha casa me esperando e falando que no outro dia eu tinha uma sessão de RPG marcada e meus planos para não operar já estavam prontos.


A fisioterapeuta que me atendeu, e depois se tornou minha fisio da vida foi a Fanny (tem o contato dela ai gente), que foi o verdadeiro anjo naquele momento. Depois de 10 sessões de RPG conseguimos colocar a curvatura da lombar a 45º. Depois disso comecei a fazer pilates também, e não faltava por nada, afinal, eu só via melhora.


Então minha vida deu outra reviravolta. Meu pai perdeu o emprego, o plano de saúde, e eu me vi sem poder continuar meu tratamento. Hoje eu vi que fui muito imatura, a Fanny me dava muito suporte, eu tenho certeza que pelos resultados que estávamos tendo, ela continuaria com o tratamento numa boa, mas eu vacilei em não ter falado nada, e decidi parar de fazer tudo.

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