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A cirurgia

Foto do escritor: Mariana LuzMariana Luz

O tão esperado dia chegou!




Programei minha vida toda para a partir de janeiro de 2018 poder fazer a cirurgia, o plano de saúde já havia liberado, estávamos somente aguardando a disponibilidade do médico que faria a neuromonitorizacao eletrofisiológica. Os dias passavam tão devagar, cada dia eu tinha que inventar alguma coisa para arrumar em casa para facilitar o pós, e tinha que arrumar minhas aulas, quem ia ficar no meu lugar por um bom tempo, mas os dias não passavam.


Até que no inicio de março fui fazer uma consulta e passei no setor de marcação de cirurgia da casa de saúde e para minha surpresa tinha uma data disponível. Seria em uma quinta-feira santa, véspera de feriado, dia 29/03/2018. Na mesma hora perguntei se o Dr. Carlos viajaria no feriado e vendo que não, marquei a data. Sai tremendo da sala. Entrei no carro, Chuleba (apelido do meu noivo) estava me esperando, e eu já entrei chorando e tremendo e falei que tinha marcado a data. Ele chorou junto comigo, segurou na minha mão e falou que ia dar tudo certo.

Apesar do nervosismo, eu sabia que ia dar certo. Alguma coisa já tinha me colocado confiante, não era igual a época do colete, que eu sabia que não ia adiantar. Dessa vez eu sabia que muita coisa ia mudar na minha vida, para melhor.




No dia 28/03/2018 acordei bem cedo e quis pedalar, era uma das coisas que eu mais estava gostando de fazer nos últimos meses, eu e Chuleba pedalamos pela estrada de chão que mais gostávamos e a que eu mais sinto saudade, pedalamos 35km. Depois almoçamos em um dos restaurantes que mais gostamos também, e fui para casa arrumar minha bolsa para levar para a casa de saúde.

Internei no dia 28 mesmo às 14h, para mais alguns exames e para ficar um pouco mais tranquila. Toda hora ia alguma enfermeira ou algum funcionário da casa de saúde, que me conheciam, para perguntar se eu estava bem, se precisava de alguma coisa e me desejavam sorte, vários amigos e familiares me ligavam e falavam a mesma coisa. Foi uma corrente do bem, que fizeram sem nem mesmo perceber.

À noite o Dr. Carlos passou no quarto para saber como eu estava e conversar um pouco, falou que tinham chegado os materiais exatamente como ele havia pedido, da marca que pediu, que ele já tinha conferido tudo e eu pedi um remédio para dormir pois estava muito agitada. O banco de sangue foi o último que passou pelo quarto para conferir tudo e depois disso jantei e dormi.


Apesar do nervosismo, eu sabia que ia dar certo. Alguma coisa já tinha me colocado confiante, não era igual a época do colete, que eu sabia que não ia adiantar.


Finalmente dia 29/03/2019. Acordei bem calma, às 7h. A enfermeira trouxe a roupa e o sabonete que eu teria que tomar banho e fiz uma tomografia também. Minha mãe, irmãs e amigas chegaram as 8h e ficaram comigo até eu ir para o centro cirúrgico, meu pai estava trabalhando, Chuleba havia dormido comigo e já estava lá. Então as 9h o enfermeiro chega com a cadeira no quarto para me levar para o centro cirúrgico. Veio o frio na barriga. Beijei todo mundo, mas eles me acompanharam até lá. Chuleba foi o último que beijei antes de entrar.

Logo que entrei, a Gaída, uma enfermeira que praticamente e da família, me deu touca e aquelas meias para colocar nos pés, e colocou uma maca para eu deitar. Passei por um corredor, já deitada na maca, Dr. Carlos estava em uma sala do lado, parou a maca, me deu um beijo na testa e me afirmou novamente que tudo ia dar certo. Eu tinha certeza disso também.

Quando cheguei no centro cirúrgico, ficou uma menina muito simpática conversando comigo e segurando minha mão o tempo inteiro, eu não me lembro o nome dela, mas tenho certeza que ela me disse. O médico que ia monitorar a medula fez uns testes de força e começaram a colocar os eletrodos. O anestesista começou a conversar comigo também, me pediu para tirar somente as alças do roupão e colocou um lençol por cima, mas isso sempre falando sobre outras coisas, colocou o acesso venoso no meu braço e falou que eu ia começar a sentir sono, ele falou isso eu já fechei o olho.


Foi como piscar.


Foram quase 13 horas no centro cirúrgico, tomei 4 bolsas de sangue, foram colocados 24 parafusos e duas hastes de titânio, na extensão da T4 a L4.


Eu acordei no CTI com minha mãe, minha irmã e Chuleba falando que tinha dado tudo certo..






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