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Dia após dia... a beleza oculta em todo processo

Foto do escritor: Mariana LuzMariana Luz

Por mais difícil que possa parecer, temos alguém para superar: nós mesmos



Um dia após minha consulta de um mês, eu já estava eufórica para minha primeira sessão de fisioterapia no pós cirúrgico. Como eu era muito dependente de alguém comigo em tudo, não pude fazer fisioterapia com a minha fisioterapeuta que me acompanha desde o inicio, pois meu noivo estava trabalhando dobrado e minha mãe não sabe dirigir. Bem perto da minha casa tem uma clinica de reabilitação muito boa, e fui nela nos primeiros meses. O meu fisioterapeuta era o Junior, que reservou um horário de menos movimento na clinica para me deixar mais a vontade, e eu nem imaginava o quanto isso seria importante.


O primeiro dia foi frustrante, eu não fiz nada, eu não conseguia deixar ele sequer colocar as mãos nas minhas costas direito, é incrível e estranho a sensação de não sentir nada e tudo ao mesmo tempo, eu não tinha sensibilidade nenhuma, não sentia dor, mas sentia um enorme peso de alguém encostando as mãos ali. Nunca imaginei que seria assim, pois meu medico fazia os curativos um dia sim e outro não, as pessoas que me ajudaram em casa me secavam as costas e eu nunca tinha me sentido tão vulnerável assim. Tive que trabalhar minha cabeça para o dia seguinte.


"O primeiro dia foi frustrante, eu não fiz nada"


Eu decidi fazer fisio todos os dias, era uma forma de eu fazer alguma coisa, tudo era muito novo e morríamos de medo de tudo, morríamos porque todos tinham os mesmos receios que eu. Então a noite eu precisei reorganizar a minha cabeça e sentir que estava tudo bem fazer a fisio, estava tudo bem o Junior encostar nas minhas costas, era para o meu bem e minha reabilitação necessitava daquilo.


Então realmente foi aquela diferença. Eu chegava na fisio, deitava de lado, colocava o infravermelho (que era a melhor coisa do mundo), depois fazíamos vários exercícios bem de leve, leve mesmo, quase nada, mas que para mim já era tudo! Esses exercícios eram mais para minhas pernas do que para a coluna, porque exige muito delas depois da cirurgia. No fim ele fazia tipo uma "massagenzinha" bem de leve pra dar uma soltada na musculatura (acho que não é massagem que fala kkk). Eu ia para casa já ansiosa ara a próxima sessão.


Logo na primeira semana já senti a diferença. Eu estava andando jogando quadril para frente. Bem estranho mesmo. Depois da cirurgia a nossa postura muda rapidamente e o corpo parece não acompanhar muito bem, então você precisa vir colocando tudo no lugar, ou quase tudo. Por conta dessa andada eu já estava sentindo muita dor no quadril, de as vezes não conseguir ficar em pé. Depois dessas primeiras sessões de fisio eu já estava andando bastante melhor e o quadril já não me incomodava mais.


Outra coisa que eu estava fazendo demais, mas essa demorou um pouco mais de tempo para corrigir, eu estava levantando meu ombro direito, no mesmo jeito que ele era antes, tanto que quem me via logo achava que a cirurgia não havia dado certo, que parecia que eu estava “torta novamente”. Sim, fui obrigada a ouvir isso, mas abstrai e passa pra frente. Com a fisio, fui me acostumando e acostumando meu corpo que aquela era a forma correta, cada ombro no seu lugar! Demorou mas consegui!





Os próximos meses foram quase todos assim, minha rotina mudou um pouco. Meu medico suspendeu os remédios logo quando completei um mês, eu só tomava em caso de muita dor mesmo, que era raro, pois eu sentia muito mais incomodo do que dor.


No segundo mês eu me propus a começar a levantar da cama sozinha, sei que poderia ter feito isso antes, mas eu não me sentia segura, as primeiras vezes foram bem difíceis e até um pouco dolorosas, mas depois de algumas tentativas eu consegui! Até o terceiro mês eu estava tomando banho sentada na cadeira de banho, pois como era um lugar escorregadio, eu morria de medo de cair. Então no terceiro mês eu decidi tirar a cadeira e começar o banho em pé e sozinha, outro desafio, o medo quase falou mais alto, mas eu também consegui. Lavar as pernas e me enxugar eram outros problemas, pra isso eu pedia ajuda. E se tem uma coisa que eu não tinha vergonha, era de pedir ajuda.


"Fiquei mais ainda apaixonada de quanta coisa eu estava redescobrindo e mostrado cada vez mais para mim a beleza oculta por trás disso tudo: que eu era e sempre fui mais capaz do que eu imaginava"

Depois que passei por esses desafios, me desafiei e encontrar uma maneira de me vestir sozinha, a calcinha e o short eram desafiadores ahaha, mas consegui me vestir em pé, mas esse eu tenho certeza que consegui por conta de ser flexível, então meu alongamento nas pernas me deu um empurrãozinho nisso.


Sempre que fazia um mês a mais, eu ia consultar e Dr. Carlos e a equipe viam minha evolução, me dava ainda mais força para fazer mais.


Mas o ápice para mim foi: calçar os tênis e amarrar!!! Sim! Gritei e chorei tanto quando consegui hahaahha, foi quase chegando os quatro meses! Fiquei mais ainda apaixonada de quanta coisa eu estava redescobrindo e mostrado cada vez mais para mim a beleza oculta por trás disso tudo: que eu era e sempre fui mais capaz do que eu imaginava.






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