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Como decidi operar

Foto do escritor: Mariana LuzMariana Luz

Atualizado: 30 de jun. de 2019

De inicio eu posso falar que foi a decisão mais difícil da minha vida.



Dos vários problemas de saúde que tenho, um deles e nos rins, com 14 anos tive uma

crise tão feia, que cheguei a ficar inconsciente e so acordei no hospital. Eu tinha uma

pedra no rim direito, e fiquei 14 dias internada porque não queria operar, pois e, a

palavra "cirurgia" sempre me causou pânico. Consegui expelir a pedra e depois disso

não tive mais dores.


Em 2017 comecei a sentir dor no rim esquerdo. Ainda bem que eu tinha resolvido fazer

um plano de saúde para mim, pois minhas experiências com o SUS não eram nada

boas. Logo fui ao médico especialista e comecei a fazer uma bateria de exames. No

ultrassom acusou que meu rim estava dilatado, mas não aparecia o motivo. Fui fazer a

tomografia, que só mostrava o rim dilatado também, mas não tinha nada nele.

Porém, na tomografia, apareceu minha curva, nada discreta, e o médico, que já me conhecia se espantou ao perceber que era a minha coluna. A dança me ajudou na postura, eu conseguia andar um pouco mais reta e algumas pessoas nem reparavam que eu era torta.

Ele pediu autorização para mostrar ao neurocirurgião da casa de saúde e me falou o quanto ele era bom, já tinha até operado a mãe dele e poderia me ajudar também. Eu autorizei, mas já falei para avisar que eu não ia operar. Ele foi e marcou uma consulta para conversar comigo.


"O Dr. Carlos é aquele medico que você confia, logo de cara, de olhos fechados, mas o médico do inicio do tratamento (aquele do INTO) me colocou tanto medo, que eu ainda estava receosa."


A consulta seria no mês seguinte. Imagina como passei meu mês. No dia da consulta eu rezei antes de sair de casa, que nervosismo, eu queria chegar lá e ouvir que tinha um tratamento para adultos e que eu não iria sofrer tanto e tudo ia se resolver.

Decidi que queria ir sozinha na consulta. Eu já conhecia o médico, já havia tratado enxaqueca com ele, excelente, Dr. Carlos Roberto Alves (tem o contato dele aqui), que primeiramente me acalmou, eu entrei muito nervosa, suando, falando que não queria operar, só conversar.

Quando ele viu minha coluna e viu que eu tinha aumentado mais de 1 grau por ano, me explicou que a coluna que poderia estar causando a dilatação no rim esquerdo e que ele pediria mais alguns exames para ver como estavam os outros órgãos, que a escoliose provavelmente também estava afetando eles.

Me falou absolutamente tudo sobre a cirurgia, sobre os riscos, e sobre como as coisas mudaram nesses anos, como a medicina evoluiu, que minhas chances de parar de andar eram menos de 1% (esse era o meu maior medo, principalmente porque o primeiro medico só falava que eu poderia ficar em uma cadeira de rodas). A minha consulta durou quase duas horas, eu tirei todas as minhas dúvidas de anos. Eu tive uma consulta perfeitamente humanizada. Ele me passou os exames, fiz todos, logo assim que o plano foi autorizando. Eu já morava com meu noivo nessa época, quando cheguei em casa contei sobre tudo para ele, que estava muito apreensivo também.


Fiz a bateria de exames, foram muitos. Quando todos ficaram prontos, levei para ele ver, mais apreensiva do que antes. Enquanto eu fazia os exames, a reação das pessoas que realizavam eles era até cômica, alguns chegavam para mim com uma cara de quem alguém tinha morrido e perguntavam se eu já sabia do meu problema. Então já fui preparada para consulta, dessa vez pedi ao meu noivo para ir junto.


Dr. Carlos viu os exames, comparou e analisou bastante. Então começou a me explicar sobre todos. O mais preocupante (dos órgãos) realmente era o do rim. Estava sendo comprimido. Do pulmão deu menos 4% da função pulmonar, o coração com uma folga, fora a dor que eu sentia no quadril, que já era uma inflamação. A grande preocupação também, era a progressão dos graus ao longo dos anos, o quanto poderia me prejudicar.

A essa altura eu já tinha entrado em vários grupos de escoliose, já havia conversado com pessoas que já tinham operado, já sabia de tudo. Por dentro eu já sabia que decisão deveria tomar, mas eu ainda tinha medo.


O Dr. Carlos é aquele medico que você confia, logo de cara, de olhos fechados, mas o médico do inicio do tratamento (aquele do INTO) me colocou tanto medo, que eu ainda estava receosa. Foi uma consulta de mais de 2 horas, ainda bem que eu era a última paciente. Ele me explicou tanta coisa, que não poderia me falar que eu tinha que operar, mas que era necessário, também pelos problemas secundários, praticamente me disse a minha vida após a cirurgia, e me falou o mais importante: eu ia voltar a dançar. Foi crucial.


Depois de tanto relutar, pedi para marcar a cirurgia a partir de janeiro de 2018, para eu organizar minha vida e comunicar aos meus familiares e amigos. Foi quando eu, que sempre fui independente e na maioria das vezes dominadora, que tinha as minhas coisas e cada uma delas no seu lugar, que só eu sabia colocar, me vi pronta para depender de todo mundo e esperar.


Por isso eu sempre digo, confie, de olhos fechados no seu médico, você está entregando sua vida nas mãos dele, e depois não vai ter mais nada o que você possa fazer. Confie nas pessoas que vão cuidar de você no pós operatório, você vai precisar demais delas.

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